O processo de demarcação de terras indígenas das vilas de Soares e Urucurituba, no município de Autazes, mobilizou moradores em protesto contra a medida determinada pela Justiça Federal do Amazonas. As informações são do portal BDC Notícias.
Os moradores das vilas de Urucurituba, Soares, Maujo e Rosarinho se reuniram no último dia 22 (sábado), no Centro Social João Ferraz da Vila de Urucurituba, no Rio Madeira, para protestar. A justiça quer que estas áreas que são habitadas por brancos, índios e negros sejam agora transformadas em Terra Indígena.
Além dos moradores locais, também estavam presentes os vereadores de Autazes, Tony Aquino, Tadeu Cabral, Fernando Oliveira, um representante da Comunidade do Maujo, e o vice-prefeito de Autazes, Marcelo Tupinambá. Em pronunciamento, uma moradora reforçou ser contra a demarcação de terras e afirmou que mora na comunidade do Rosarinho desde criança, “nós não aceitamos a demarcação de nossas terras porque desde que eu tenho 10 anos de idade, eu tô com 56 anos, e nunca vi um indígena no Rosarinho. Tem gente que tá com 90 anos de idade e nunca viram uma aldeia, uma maloca, um indígena, ninguém nessa área”.
A moradora também afirmou que vivem em Rosarinho, fazendeiros, criadores de boi e agricultores como ela e seu esposo, e os demais moradores. Outro morador, disse não concordar e nem aceitar que as áreas sejam demarcadas como terras indígenas, pois, segundo ele, as terras nunca foram indígenas, “não pode. Não tem como. Nossas terras não são indígenas e eles sabem”, disse o morador.
Em pronunciamento, o vice-prefeito de Autazes, Marcelo Tupinambá, relembrou sua história de vida em Autazes e enfatizou que, “ninguém tomou terra de ninguém. Todos somos brasileiros. Então Doutora Jaiza, aqui não tem nenhum americano, nenhum alemão. Aqui tem amazonense e autazense que precisa sobreviver”.